domingo, 29 de maio de 2016

Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas

"Eu, cada vez que vi você chegar, me fazer sorrir e me deixar, decidido eu disse: nunca mais. Mas novamente estúpido provei desse doce amargo, quando eu sei.
Cada volta sua o que me faz, vi todo o meu orgulho em sua mão, deslizar, se espatifar no chão, eu vi o meu amor tratado assim.
Mas basta agora o que você me fez. Acabe com essa droga de uma vez! Não volte nunca mais pra mim.

Eu, toda vez que vi você voltar, e pensei que fosse pra ficar. E mais uma vez falei que sim, mas já depois de tanta solidão... Do fundo do meu coração, não volte nunca mais pra mim!
Se você me perguntar se ainda é seu, todo meu amor, eu sei que eu, certamente vou dizer que sim
Mas já depois de tanta solidão, do fundo do meu coração, não volte nunca mais pra mim!"

(Adriana Calcanhoto, Erasmo Carlos ou Roberto Carlos, não tenho certeza da autoria)


Seus pesadelos ainda me assombram. Ainda não é uma nuvem que passou. Ainda é um pavor que há pouco vivi. E o que se faz com o amor que já não é mais? Porque dele só ficaram as sombras, os medos e os choros. De que adianta aquelas sorrisos se eles já foram apagados? Não consigo mais me lembrar deles. Não consigo me lembrar mais do que foi bom. Só me restaram os pesadelos. E de repente o lugar pra onde eu fugia quando eu tinha medo, é de onde eu mais quero fugir.
Cada volta, cada palavra, cada reconciliação só me fazem lembrar um coração partido e machucado. Só me deixam sentir as cicatrizes ainda vivas, que parecem sagrar.
Você não me traz mais sonhos, você me assombra. Você vem só para estragar tudo o que de bonito vem se instalando em mim. De você só ficou a marca do ódio, de um coração apodrecido, que fede a rosas de velório.
Te dei rosa, mas esse cheiro não pôde ficar em suas mãos, porque o podre que tinha nelas era forte demais para ser apagado. E você, nem rosas tinha que pudesse oferecer. Seus presentes eram diferentes.
Lembra que eu seria mais feliz longe de você? Acho que é doloroso demais aceitar isso, não?
Eu te entendo, no seu lugar pensaria o mesmo. Mas mesmo entendendo, não te perdoo. Você não tem mais o direito de tirar minhas lagrimas. Elas já secaram para você. A sua página já virou e a sua perspicácia usa ainda da única maneira de me alcançar: através das assombrações.
Do fundo do meu coração, não volte nunca mais pra mim.
Porque depois que você apareceu em forma de pesadelos, de manchas pretas, de ódio e das piores coisas que restaram, eu chorei. Não por você, mas por lamentar me permitir ser tão indefesa assim. Por me permitir ter deixado o meu coração em suas mãos tão fácil e burramente. E agora que me devolveu, o cheiro de podre veio com ele e tem sido um sacrifício ímpar tirá-lo.
Mas só queria que soubesse que estou limpando. Que sua festa, sua podridão e os seus pesadelos que me vem assombrar já estão passando. Já encontrei o meu refúgio. Já encontrei o cheiro de rosas e alguém para colhê-las e oferecê-las. Já encontrei um lugar seguro para poder encostar a cabeça e para me dizer que vai ficar tudo bem. Já encontrei o que me faça valer o dia. Que façam os outros serem os outros e só.
E aos poucos o terror vai passando. E com tempo isso vai virando um mancha escura lá no início do caminho.

Aos poucos vou te apagando. Vou virando tantas páginas que nem vou lembrar mais a que capítulo pertenceu. E logo você não será nada. Adeus.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sobre o risco, as borboletas e as estrelas

Sabe o que eu acho realmente legal sobre esse lance de viver? É que a vida é realmente um ciclo. Nao existem finais, e sim recomeços. Então você nunca sabe o que esperar. Nao da para saber quando voce terá um ponto final ou uma virgula. O futuro é completamente indecifrável.
Minha profissão me obriga a entender um pouco sobre área financeira, e nela é abordado que quanto maior a chance de eficácia de um investimento, maior será seu risco. E nao é que na vida é exatamente assim? A gente tem que arriscar de olhos fechados. Nao sabemos  qual dos caminhos devemos escolher . Mas se voce quiser ter a eficácia de sentir borboletas no estomago, de passar o dia nas nuvens, de perder o seu telhado mas poder ver estrelas, vai ter que arriscar.
Já ouvi que a vida se assemelha a um livro. São vários capitulo. Cada um com sua reviravolta. E o fim de um capitulo nao significa o fim da história.
Meu ultimo capitulo nao foi muito legal. As vezes eu queria apaga-lo, mas a diferença da vida para um livro é justamente essa: Nao se pode usar borracha ou corretivo. E como em um livro ou um ciclo, para cada final, um recomeço. Entao não poder arrancar ou apagar os últimos 4 anos e seus pesadelos nao significa o fim da historia. Isso é um recomeço. É mais um risco. Mas são mais borboletas. Mais estrelas. Mais plenitude e felicidade.
Eu nao estou com medo e também nao estou olhando para o risco, e sim para o resultado. 'Nao espero perfeição, quero o seu amor'.