segunda-feira, 31 de maio de 2010

Do melhor livro, do melhor personagem.




Foto: Depois das oito, Flick.com


*As saudações natalinas de Max Vandenburg*
- Muitas vezes, Liesel, eu gostaria que isso tudo acabasse, mas aí, de algum modo, você faz uma coisa como descer ao porão carregando um boneco de neve.

                                                           
                                        A menina que roubava livros

domingo, 30 de maio de 2010

Pra saudade eu deixo as palavras


Olhar para trás, após uma longa caminhada, pode fazer perder a noção da distância que percorremos. Mas, se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos de quanto nos custou chegar até o ponto final, e, hoje, temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas somos mais juntos. Sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna complicado. Digamos, então, que nada se perderá. Pelo menos, dentro da gente...


João Guimarães Rosa

sábado, 29 de maio de 2010

"Falta tanta coisa pra dizer que [ainda] não consigo"




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

A mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar num canto e eles no outro, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e eles para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-los, eles o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.


Martha Medeiros, Adaptado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Matenha-o aceso

"Nada eu desejo mais do que ver sua face. Nada me alegra mais do que a expectativa do meu retorno e, em breve, poder ter você bos meus bracos. Eu não sabia, mas você é parte do oxigênio que eu respiro e sua lembrança é praticamnete todo o oxigênio que me resta. A única luz que vejo agora é a de seu sorriso. Matenha-o aceso."

Memória de um marinheiro morto no Submarino russo Kursk. Em suas últimas 12 horas de vida ele escreve uma longa carta a sua esposa, sabendo que em pouco tempo morreria por falta de oxigênio. E essa carta foi publicada como um livro recebendo o nome de A última carta do Tenente.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Das coisas que eu queria dizer

Meu coração doi lá no fundinho. Na realidade é no raso, bem no rasinho. Eu sei  é que aquele pessoal que ocupou minhas tardes desses cinco meses fazem uma falta incrível, e olha que os vi há umas horas atrás. Como foi triste hoje. Como foi dolorido. Todos os abraços significaram histórias, risadas, tédio na aula e tudo mais. Não sei como será daqui pra frente. É difícil imaginar o resto do mês e do ano sem vocês. Não imaginava que tudo e todos fariam essa falta toda. Como dissemos: A MELHOR ÉPOCA DE NOSSAS VIDAS. Fica em mim a dor, a saudade, a lembrança e a tristeza enquanto leio o mesmo desespero que há em mim no orkut, nick, blog de todo aquele pessoal querido. Vocês farão falta. Muita.

Revolta do dia

Sinceramente, preciso dizer! Hoje enquanto entrava no ônibus reparei que tinham dois homossexuais para entrar no ônibus e fui pra fila normalmente, claro. Ambos já tinham olhado torto pra mim  (não sei porque, já que não fiz nem um comentário, mas td bem) e reparei mas fui pra fila entrar no maldito ônibus. Daí ambos passaram por mim e fizeram o favor de esbarrar com toda a força em mim. E o pior: OS DOIS! Pior ainda: no terminal um deles deu uma volta incrível só para esbarrar em mim, mas eu com toda a paciência desviei. Claro que fiquei com medo, afinal são dois homens (ou seja lá o que for) e tem uma força bruta. O que me deixou enfurecida é que eu sempre discordei da opção sexual deles, porque pra mim Deus criou o homem e a mulher e não meio termo, porém eu respeito sempre. Nunca caçoei ou fiz coisas do tipo. Considero-os uma pessoa normal, e são, claro, mas digo normais como se fossem um homem ou uma mulher. Ai, como isso me irritou. Espero que nunca mais se repita.


Ps.: se algum homossexual ler isso, me perdoem se fui rude em alguma parte, mas acho que de nada adianta reivindicarem isso, aquilo e respeito se não respeitam os outros!

Nostalgia do passado

Todos sempre dizem que tiveram uma infância que não trocariam por nada, uma infancia realmente vivida. A minha não foi diferente, essa semana ela até apareceu nos meus sonhos e a nostalgia me envolveu em um abraço me trazendo à memória aquele braço cabeludo, as comidas bem temperadas, os barcos imaginários, os animais com super poderes, os sorrisos sinceros e tudo mais que se desenrolou nessa longa história de vida. É triste lembrar do passado, é triste ver que algumas coisas já foram mais felizes e hoje não são. Poxa, tenho saudade do meu avó cheio de saúde, da minha avó que, também transbordando de saúde, só reclamava do meu velhinho que já não habita aqui nesse mundo, da amizade sincera com meus companheiros de brincadeira e daqueles rituais todos: De natal, ano novo, dia das mães e qualquer feriado que viesse. Mas não podemos viver das lembranças e do passado, daí esquecemos das coisas boas que passamos e, ignorando que ter boas recordações também é felicidade, tentamos encontrar sentido nessa zona toda que chamamos de vida. Mas putz, me bate uma saudade vezenquando :(

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Não me deixes só, neste abismo onde não te encontro! Oh! Meu Deus! É indescritível a dor que sinto! Como posso eu viver sem a minha vida?! Como posso eu viver sem a minha alma?!

Palavras do egoísta e rancoroso Heathcliff para sua Cathy, que já não se encontrava por perto.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Como deve ser...

Fico pensando às vezes como deve ser bom ligar e dizer "aconteceu algo terrível, sinto que não vou suportar" e ouvir "senta e me espera, to indo agora te ver".



Camila Meneghetti

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que deveria ser não é

"essa nova semana tem tudo pra ser a mais feliz, mas principalmente a mais triste.
muitas despedidas. o choro já está intalado na garganta..."
         
                                                                                                   Carol Mendonça



Só de pensar nessas despedidas já sinto uma dor no coração.
Dor no coração, é... é isso mesmo que eu sinto!

Não ir embora?

Ele ia todas as noites e se sentava com a menina. Nas primeiras duas vezes, só fez ficar com ela - um estranho para matar a solidão. Noites depois, sussurrou:
- Psiu, eu estou aqui, está tudo bem.

Passadas três semanas, abraçou-a. A confiança se acumulava depressa, graças, sobretudo à força bruta da delicadeza do homem, a seu estar ali. Desde o começo, a menina soube que Hans Hubemann sempre apareceria no meio do grito e não iria embora.

* Uma definição não encontrada no dicionário*
Não ir embora: ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças.

Markus Zusak  in "A menina que roubava livros"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

As vezes um "não sei"


Talvez fosse mais fácil usar palavras do Caio pra me expressar, ou gritar na rua, ou ir dormir. Pra você não fará diferença. Eu queria flores, cores, rumores e quaisquer combinações desse tipo, talvez precisasse de um mundo inteiro, ou de um cantinho cheio de amores. A rima não interferiria, só o que contaria seria aquele trocinho que bate lá no fundo que a gente costuma chamar de coração e usar metáforas para caracterizá-lo. Eu queria usar reticências, mas elas não falariam por mim, eu queria escrever o que eu sinto, mas ainda não se descobriu um modo de fazer isso da melhor maneira. Enquanto isso apago, invento e escrevo, que é pra não enlouquecer. Daí chega ao fim do texto e você me pergunta: então, o que é que você quer dizer?
E eu digo: não sei, sabe. Não sei.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

[...]



Tanta coisa pra dizer que eu não digo.
Calmaria pros que passam aqui. Pros que não passam também!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Me prenda em seus braços

Eu quero seu sorriso
No correr da minha hora
E não falta nada pra gente ser feliz agora

Me prenda em seus braços
É o que eu te peço


Somos um barco no meio da chuva
Um edifício no meio do mundo
Fortes e unidos como a imensidão

Num passeio no meio da rua
Vamos dias e noites afora
Agora podemos ver na escuridão


Canção Um edifício no meio do mundo da Ana Carolina

domingo, 16 de maio de 2010

A gente inventa, reinventa, mas não aguenta porque solidão não oculta

"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança.
Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem."

Caio, sempre Caio!

sábado, 15 de maio de 2010

"Nada dura para sempre"

Honey estava na sala de descanço dos médicos quando o Dr. Stevens entrou.
-Há alguma virginiana aqui?
Um dos médicos riu.
-Se está se referindo a uma virgem, duvido muito.
-Uma VIRGINIANA- repetiu Stevens- Preciso de uma virginiana.
-Eu sou de Virgem- disse Honey- Qual é o problema?
Ele se aproximou.
-O problema é que tenho uma maluca nas mãos. Ela não deixa ninguém que não seja de Virgem chegar perto.

Só porque é do Sidney, perfeito, Sheldon.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ps.:adivinhe


"Querida Holly,

Eu não tenho muito tempo. Eu não digo literalemnte, você foi comprar sorvete e vai voltar logo, mas eu tenho a impressão que essa é a última carta, porque só resta uma coisa a lhe dizer. Não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur. Você pode se cuidar sem a minha ajuda. É para te dizer como você mexeu comigo, como você me mudou. Amando-me, você fez de mim homem Holly e por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode prometer algo, prometa que sempre que você se sentir triste ou insegura ou que a sua fé vacilar, você vai olhar para si mesma com os meus olhos. Obrigado pela honra de tê-la como esposa. Não tenho do que lamentar, tenho sorte. Você foi a minha vida, Holly, mas eu sou só um capitulo na sua. Haverá mais, eu prometo. Portanto, aqui vem um grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo. fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual. Holly... Mire sempre na lua porque mesmo você errando, estará entre as estrelas.

P.S.­­: ­Eu sempre te amarei"


Do livro mais lindo que já li. Adivinhem?!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cê cuida?


Eu só queria dizer que não sou uma daquelas pessoas desgarradas que brigam e não se importam ou que abandonam e nem saudades sentem. Eu tenho um coração que nem maria-mole, meio que feio de açucar, sabe? Então peço a quem quer que seja, cuida dele um tiquinho pra mim?

terça-feira, 11 de maio de 2010

O espelhos das aparências

Enquanto meu corpo suava por completo e a minha mente pedia para desligar aquela esteira que acabava com minhas energias tentei imaginar por que tantos espelhos, afinal todos estavam suados e não se importariam em ficar olhando para suas aparências, mas de repente me lembrei que se não fosse a aparência nenhuma daquelas almas, que se matavam em seus aparelhos, estariam ali gastando suas calorias.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aos motoqueiros, ou seja o que forem!


Hoje percebi que motoristas não estão nem aí pros motociclistas, já que eles nunca usam seu direito e cumprem seus deveres. Por diversas vezes vi quase acidentes,num intervalo de 20 minutos. Só deixo um conselho aos super comportados motociclistas: dirijam por vocês e pelos carros, porque dificilmente eles os respeitarão.

"Para não dizer que não falei das flores"


Ela se destacava enquanto as outras seguiam o mesmo sentido e caminho. Umas flores caíram, já não aguentando a falta de nutrientes que necessitavam, mas ela permanecia e me encarava como se dissesse: Eu sou diferente e não vou acabar desse jeito. Porém o que me surpreendeu foi que quando eu entrei no quarto depois de dois dias ela também tinha se inclinado como se não aguentasse mais lutar pela vida, daí pensei se realmente ouvi aquilo que ficou nas entrelinhas uns dias atrás. Não sei, não sei, mas acho que as pessoas desistem de si como se desistissem de cumprir a meta do dia. Isso é estranho.

sábado, 8 de maio de 2010

Que os ventos levem minhas palavras


Eu queria te dizer que não sei dizer. Não sei como começar, muito menos como terminar. É por isso que peço uma coisa, nada de despedidas ou de adeus, isso vai ser muito triste. Por mais que a distância não vá alterar em muita coisa eu fico com um aperto no coração, não sei porque. Deve ser porque agora não serão mais 4 quilômetros que nos distanciarão e sim 3000. Andei pesquisando sobre o lugar e olhando umas fotos, aposto que vai se dar bem lá, vai ser felizão, sabe? Se não for me chame, aí a gente foge lá pra Austrália. Eu fiquei pensando um tempão (uns 3 dias) no que dizer, fui muito egoísta e não respondi teu torpedo, peço-te desculpas por isso e agora continuo sem saber o que fazer. Puxar assunto contigo dizendo que vai ser triste te ter lonjão? Sei lá, só te peço que vá, mas que volte e não me deixe. E não te esqueça, teus conselhos e horas de papos jogando conversa fora jamais serão esquecidos. Cara, cê é daquele que nem se fizer um clone nasce igual.
Um beijo e um abraço apertado.


Pro Iago, que junto consigo levará um pedaço de mim.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um descanço e o arrego


É bom quando a gente relaxa o corpo e deixa a mente fluir. Esses dias de fim de semana foram assim. Tive uma leve calmaria sintonizada com uma sensaçãozinha gostosa que só vem nos dias frios. Dormi tudo o que precisava (não o que queria), desfrutei de um almoço maravilhoso com pessoas muito amadas, no qual eu senti muita saudade. Li meu livro ( presente de uma doce e especial amiga),fui cantada no meu agradável meio de tranporte de todos os dias, comi, pela última vez no mês, coisas que fazem mal à saúde e ao meu físico. O domingo foi suave e agradeci a Deus por ele estar comigo e me proporcionar tantos momentos lindos. A semana não correu tão calma quanto o fim de semana. Chegou hora que tive vontade de pedir arrego. Meu corpo já não consegue obedecer a mente, mas finalmente a sexta chegou.

Bom fim de semana pra quem estiver por aqui!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Em algum lugar do universo existe uma coisa que me importa

"Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. é por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor."

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Venha quando quiser ...

... ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim."

Caio

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A imensidão é pouco, meu bem

Amanhã é o seu aniversário. Ainda não sei o que te dar de presente. Pensei hoje antes de dormir em te dar o céu. Mas ele é tão grande que não ia caber numa caixinha, eu até poderia dar um jeito, mas eu ainda não encontrei um bom lugar para por as estrelas.

Renata Pacheco Bráz

sábado, 1 de maio de 2010

Você é o meu lugar perfeito


E no auge da minha felicidade era difícil controlar minha euforia. Seus olhos afetuosos pousaram sobre mim e sua grossa, mas ao mesmo tempo suave, voz sussurrou em meu ouvido:
 - Por mim, eu ficaria aqui o resto de minha vida. Com muito esforço esbocei um risinho de canto de boca, já que minha bochecha inchada pesava mais que o normal era difícil expressar em um sorriso o que eu sentia. Rolei para o lado dele e me encaixei no seu peito enquanto suas mãos acariciavam delicadamente meu rosto.
- Por que a gente sempre tem que acordar dos nossos sonhos prediletos? Eu só fico bem quando estou bem aqui, do teu lado.
- Mais um minuto de charminho e eu me entrego.
- Opa, então deixa comigo.
- Vamos minha menina, logo logo a noite chega e vamos estar aqui de novo.
Ele se levantou me dando um beijo brando e suave. Eu o observei enquanto se afastava, se encaminhando ao banheiro. Reparei naquela silhueta que eu tão bem conhecia e que tanto me enfeitiçou quando vi naquele clube, logo que comecei a visitar uma tia distante, aquela pele recentemente exposta ao sol que ainda tinha um aspecto bronzeado.
Agora eu já sabia o que responder quando me perguntassem qual era a minha especialidade (eu responderia que era amar aquele homem que, de uma forma amável, roubou meu coração para si e que eu sabia que jamais o largaria de mão).

Do que você necessita?

Estranho era, eu não poderia mais negar, porém já parecia ser tão habitual. Tão costumeiro. Os dias se embolaram e tiveram como resultado o presente. Pra mim aquilo tudo era uma constante confusão, porém o hipócrita processo humano teria de ser colocado em prática: vamos nos acostumar, amiguinhos. Eu sei é que todo o tempo em que foi perdido nem notado foi. E eu sei que aquilo tudo não me pertencia. Braços, abraço e antebraços já não faziam parte daquilo que um dia se aproximou da realidade. Não havia mais lugar ali, onde eu só encontrava cadeiras ocupadas e corações habituados à mesmice. E agora pude concluir que injustiça não é somente a desigualdade social que o meu atrasado cérebro se convencia a acreditar, e sim a má distribuição de sentimentos, o que torna um país tão pobre quanto o que tem uma elevada taxa de escassez de alimento.