A matemática opõe-se diametralmente à literatura.
Aliás, a matemática é metálica e arranha o coração
quando tenta determinar a quantidade da ilusão que resta.
Que coisa mais racional!
E quem já não se viu equacionado num “todo” ou num “vazio” ?
Definitivamente, ela não aprendeu a lidar com pesos e medidas.
Fora aluna indisciplinada, derrapou na reta do conhecimento lógico
e quebrou a cara porque não soube prever a velocidade de dois corpos.
Os poetas e filósofos nunca a preveniram, só estimularam:
“Tudo vale a pena se alma não é pequena.” E agora Fernando Pessoa,
continuaria ela a lançar o olhar de asas sobre as árvores?
Continuaria a se conformar com Stendhal: "Possuir é nada, desejar é tudo"?
Deixou que o silêncio levemente lhe tocasse o rosto.
O silêncio que já lhe tocara antes e que lhe tocará depois.
O silêncio que só fala do silêncio.
O silêncio que é belo sem ter porquês.
É porque é. Assim é, assim seja.
Lucilene Machado
quando tenta determinar a quantidade da ilusão que resta.
Que coisa mais racional!
E quem já não se viu equacionado num “todo” ou num “vazio” ?
Definitivamente, ela não aprendeu a lidar com pesos e medidas.
Fora aluna indisciplinada, derrapou na reta do conhecimento lógico
e quebrou a cara porque não soube prever a velocidade de dois corpos.
Os poetas e filósofos nunca a preveniram, só estimularam:
“Tudo vale a pena se alma não é pequena.” E agora Fernando Pessoa,
continuaria ela a lançar o olhar de asas sobre as árvores?
Continuaria a se conformar com Stendhal: "Possuir é nada, desejar é tudo"?
Deixou que o silêncio levemente lhe tocasse o rosto.
O silêncio que já lhe tocara antes e que lhe tocará depois.
O silêncio que só fala do silêncio.
O silêncio que é belo sem ter porquês.
É porque é. Assim é, assim seja.
Lucilene Machado
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