sábado, 17 de abril de 2010

.euevocê.


Lá fora chove e com aqueles pingos grossos de verão vem a minha alegria e contentamento, talvez mesclada com uma discreta amenidade. A vida é bonita, eu sei. Agora eu entendi. Clima de sexta, renovação da chuva, alegria de criança. Criança. As cadeiras empilhadas me lembram justamente elas, porque me traz a recordação do cheiro de infância, dos dias em que eu tinha sorriso no rosto só por poder ir ali no portão. O cheiro da rosa que o meu bem maior me trazia todo diazinho de sol fresco. Eu desconfio que ele andava milhas e milhas pra encontrar aquelas belezinhas raras, pois nunca vi algo tão lindo e delicado naqueles cantos de lá. Aí a gente sentava na grama, na sombra da mangueira e comíamos cajá e amoras. Fazíamos flecha com linha de pipa e galho fino. Por diversas vezes jurávamos amor eterno e depois saíamos correndo, ele na frente, claro. Nunca fui veloz. Então ele chegava no nosso jardim e se escondia por de trás daquela pedrona e eu, toda boba, fingia que não sabia onde ele estava. Daí, depois que alguns minutos, que pra mim eram infinitos, ele aparecia do meu lado e dizia: - Sabe, eu não me imagino num mundo em que você não esteja. É que contigo é mais fácil levar essa vida.

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